poética





As imagens de Escritas Femininas, são reminiscências dos bordados, das memórias, dos poemas das páginas dos diários, dos rabiscos nas folhas em branco do caderno, das agendas dos scraps books do hoje, seus adornos e depoimentos. Todas, Escritas Femininas, tramadas num tempo, num espaço de silêncio, de reflexão, de simbolização expressas no cotidiano de ser mulher. O tempo que costura com os fios de memória, alinhava as palavras, as cores como se fossem retalhos/fragmentos a compor imagens no cru tecido da vida. Imagens que surgem da intenção, do pensar, do sentir o tempo da mulher, seus movimentos, sua obscuridade, suas contradições e seus ciclos... e estabelece um elo, uma cumplicidade através do rito da escritura e da expressão através das gerações, dos paradigmas, dos universos tão díspares e tão unidos pela condição, pela natureza.

O universo da imagem e da palavra sugerem pontes e criam representações através do imaginário da artista...
A poesia visual contempla a plasticidade inerente à escrita, aspecto estético intrínseco aos significantes , para o texto ir além do caráter discursivo, sequencial e linear. O percurso da lupa/olhar sobre a superfície dos desenhos torna-se elemento musical e plástico, pois inclui as sensações vividas num contexto, em que o apreciador faz a leitura da obra de arte.

As Escritas Femininas brincam com estes significados estéticos e filosóficos na busca de dar movimento à imagem, corpo às palavras e experimentação ao apreciador.

texto Cláudia Regina Telles

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